Alumni USP Talks V discute a conexão de egressos da USP com a sociedade

Em sua 5ª edição, o Alumni USP Talks reuniu quatro egressos da USP Ribeirão Preto para compartilharem sobre suas formações acadêmicas e diferentes caminhos profissionais de impacto positivo na sociedade brasileira. 

Coordenação do Escritório Alumni USP e egressos convidados. Esquerda à direita: Eduardo Cicconi, Jane Aparecida Cristina, Marco Antônio Zago, Maria Helena Palucci Marziale, Gustavo Mendes, e Fernando Josepetti Fonseca. Foto: Escritório Alumni USP.

O Alumni USP Talks é um evento semestral promovido pela Reitoria da USP em conjunto com o Escritório Alumni USP que visa conectar os ex-alunos com os atuais estudantes e com a sociedade. Ele oferece um espaço para egressos destacados em diversas áreas discutirem temas atuais, suas trajetórias profissionais e a formação na USP.  

 

Na última quinta-feira, dia 19 de setembro, a quinta edição do Alumni USP Talks, realizado no Teatro USP de Ribeirão Preto, inaugurou o ciclo de descentralização do evento que teve quatro edições realizadas no Campus Butantan em São Paulo.  Para abordar  o papel de egressos da Universidade de São Paulo no desenvolvimento da sociedade, foram convidados quatro egressos do Campus USP de Ribeirão Preto: Marco Antônio Zago, mestre e doutor pela FMRP, atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e ex-reitor da USP; Gustavo Mendes, graduado em Farmácia Industrial na FCFRP e diretor-executivo de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos na Fundação Butantan; Jane Aparecida Cristina, enfermeira graduada e mestre em Enfermagem pela EERP, Secretária Municipal da Saúde de Ribeirão Preto, e Diretora Técnica do DRSXIII; e Eduardo Cicconi, economista mestre e doutor da FEARP  e gestor do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto.

O evento foi mediado pelos brilhantes jornalistas José Pedrosa Ferraz Júnior, diretor da Rádio USP Ribeirão Preto e do Serviço de Comunicação Social do Campus, e João Carlos Borda, professor de jornalismo, diretor da Editora Xirú, âncora e editor-chefe do Grupo Thathi.

 

Coordenadora do Escritório Alumni USP, Maria Helena Palucci Marziale. Foto: Escritório Alumni USP

 

Após abertura do Alumni USP Talks V pelo Ferraz Júnior, a coordenadora do Escritório Alumni USP Maria Helena Palucci Marziale recebeu o público e discorreu sobre os objetivos e as atividades realizadas pelo Programa Alumni USP criado em 2018 pela Reitoria da USP, destacou a importância fundamental da preservação de vínculos entre egressos e a instituição e do contínuo senso de pertencimento à USP (“uma vez USP, sempre USP”). Marziale ressaltou que o Alumni USP Talks foi um espaço para possibilitar o encontro de egressos com destacadas trajetórias profissionais com os atuais estudantes, professores e gestores da Universidade para o compartilhamento de informações sobre os caminhos profissionais trilhados e a importância da formação recebida na USP.  

A fala da Professora foi seguida pela bela apresentação artística do Trio Praxicordas, um grupo musical formado por André Micheletti, Gustavo Costa e Marcos Santos, três professores do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP). Com uma combinação de violino, violoncelo e violão, o Trio trouxe brasilidades de diferentes timbres e texturas para a tarde. 

Apresentação musical do grupo Trio Praxicordas. Foto: Escritório Alumni USP.

 

O bate-papo começou com o bloco “Comprometimento e Impactos Positivos do Trabalho na Região de Ribeirão Preto”, composto pelos alumni convidados Jane Aparecida Cristina e Eduardo Cicconi e mediado por João Carlos Borda.  Os egressos discorreram sobre as suas trajetórias profissionais e com sentimento de gratidão e nostalgia relembraram as vivências na USP e destacaram a importância da formação recebida para galgarem os cargos que ocupam.  

Para Cicconi, o maior diferencial de estudar na FEARP-USP nos anos 90 foi a conexão estabelecida entre professores e alunos, e a vivência plural que obteve na presidência da Associação Atlética Acadêmica Flaviana Condeixa Favaretto, participação em projetos de trabalho voluntário, atuação no Movimento Estudantil, e realização de pesquisa científica universitária. Essas experiências, diz Cicconi, eram incentivadas pela própria USP, e foram responsáveis por parte de quem se tornou como cidadão, acadêmico e profissional.  

O alumni USP ressaltou ainda que a formação recebida na graduação e na pós-graduação na USP lhe possibilitou participar da Fundação Instituto Polo Avançado de Saúde de Ribeirão Preto (FIPASE-USP), órgão responsável pela criação do Supera Parque, do qual atualmente é gestor. Segundo Cicconi, o Supera Parque foi responsável pela fabricação de mais de 160 mil testes PCR para Covid-19 no período de pandemia que atingiu o país, e hoje atende mais de cem empresas, gerando cerca de 600 empregos diretos. 

Jane Aparecida Cristina compartilhou com o público a forma como sua formação na USP foi uma peça fundamental de sua trajetória profissional. Segundo ela, “A USP é uma excelência; ela traz desde sempre uma preocupação na qualidade dos profissionais que são entregues para a sociedade”, e o renome internacional do corpo docente é uma parte fundamental da formação de profissionais competentes. Essa formação “uspiana” permitiu que Jane fosse reconhecida e contratada por grandes hospitais de São Paulo quando recém-formada em Enfermagem pela EERP-USP. Lembrando seu longo caminho na Universidade, a egressa comenta o seu contínuo contato com a USP mesmo depois de formada, “a gente sempre busca a Universidade, e a gente tem esse acolhimento”, disse. 

João Carlos Borda, Jane Aparecida Cristina e Eduardo Cicconi. Foto: Escritório Alumni USP.

Foi com essa bagagem acadêmico-profissional recebida na USP que Jane Cristina percorreu sua trajetória profissional na área da saúde pública, onde atou como chefe da Divisão de Enfermagem da Secretaria Municipal da Saúde, Secretária da Saúde e Diretora Técnica de Saúde, cargos que ela assumiu com responsabilidade e respeito para com os cidadãos de Ribeirão Preto e região. Dentre os cargos que ocupou, Jane Cristina destaca o de Secretária Municipal de Saúde de Ribeirão Preto como o mais desafiador, pois a referida Secretaria atende cerca de 1,5 milhões de pessoas no interior de São Paulo e representa uma das cidades pólo do Estado. 

Discutindo rotas para a USP continuar desenvolvendo a excelência acadêmica que sempre entregou aos seus alunos e à sociedade, os egressos chamaram atenção para o oferecimento de atividades práticas na graduação e a valorização do patrimônio científico, social e cultural que a USP representa e produz. “O patrimônio de Ribeirão Preto deve ser cada vez mais valorizado… Há uma estrutura e uma produção científica enormes na USP Ribeirão!” ressaltou Cicconi, lembrando que o reconhecimento desses aspectos mantém as portas abertas para que cada vez mais alunos e pesquisadores venham para a USP. Além disso, foi reforçada a importância da manutenção da formação interdisciplinar que a USP já oferece e que pode ainda ser ampliada. 

Seguindo a tarde de partilha, os egressos Marco Antônio Zago e Gustavo Mendes Lima subiram ao palco para uma conversa mediada por José Ferraz Júnior sobre “Ciência, Inovação e o Desenvolvimento Social do País”. O assunto levou nossos convidados a um importante debate sobre os diferenciais que o ensino e a vivência da USP entregam aos alunos, e como os egressos da USP devem assumir o papel de tornar o conhecimento científico acessível para a sociedade. 

Zago destacou suas contribuições no ensino e na pesquisa na área médica como um de seus maiores feitos profissionais: ele acredita que seu trabalho científico contribuiu não apenas para o avanço da teoria médica, mas também para o aprimoramento da prática clínica e do próprio ensino nas universidades nacionais e internacionais. Além de médico, professor e pesquisador, Marco Zago se destaca como experiente gestor; foi Reitor da USP, presidente do CNPq e atualmente é presidente da FAPESP. Zago reconhece que seu trabalho atual tem um impacto mais abrangente do que quando exercia a docência e a gestão na USP, destacando que “a FAPESP tem um impacto exageradamente grande na vida científica e tecnológica do Brasil”. A instituição atua não apenas oferecendo apoio financeiro a projetos de pesquisa, mas também sugerindo rumos para inovação, respondendo demandas espontâneas e contribuindo para o avanço do conhecimento e desenvolvimento científico no país.  

Diante da importância acadêmica e social das contribuições de Zago para o desenvolvimento da sociedade regional, nacional e internacional, ouvir o seu depoimento do quanto a formação recebida na USP para a sua trajetória profissional, reforça a excelência da educação superior oferecida pela USP e o seu papel fundamental no desenvolvimento da sociedade brasileira, especialmente nas áreas de educação, ciência, tecnologia e cultura.  

Continuando o diálogo sobre a relação entre formação acadêmica, carreira profissional e desenvolvimento social, Gustavo Mendes ressalta a importância da formação multidisciplinar e diversa que recebeu na USP. Sua experiência possibilitou que ingressasse na indústria farmacêutica brasileira em um momento de sua consolidação no mercado internacional, compondo a gestão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -  ANVISA e, hoje, a Diretoria da Fundação Butantan — importantes órgãos regulatórios da indústria farmacêutica no país. Na experiência de Gustavo, as bases acadêmicas que recebeu na USP orientaram seus passos posteriores em um campo que exige atualização constante, e por isso valoriza a Universidade como alma mater que proporcionou fundamentos sólidos para a construção de uma carreira que impacta diretamente com o desenvolvimento da saúde pública brasileira. 

José Ferraz Júnior, Marco Antônio Zago e Gustavo Mendes. Foto: Escritório Alumni USP.

Ambos os entrevistados enfatizaram a necessidade de acadêmicos e pesquisadores se conectarem cada vez mais com a sociedade. Marco Antônio Zago mencionou a importância da comunicação entre a sociedade científica e a população em tempos de crise, como a pandemia da Covid-19, e Mendes compartilhou que esse foi um de seus maiores desafios no período em que trabalhou na Anvisa. “Na pandemia, fomos forçados a sair da linguagem técnica e a comunicar a importância da medicina de forma acessível”, disse o egresso da FCF, afirmando que a comunicação é uma forma de empatia onde o acadêmico deve se colocar no lugar da sociedade para transmitir informações complexas de maneira clara. 

Como egresso, docente e ex-reitor da Universidade de São Paulo, Zago aconselhou os alunos da USP a aproveitarem ao máximo toda a estrutura que a USP oferece. Lembrando sua própria vivência universitária, muito próxima de professores, colegas e atividades extracurriculares, ele incentiva que os atuais estudantes “conversem com colegas, participem de atividades políticas e de tudo que faz parte da vida universitária”, destacando que essa experiência plural durante a graduação é essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional. 

Também se direcionando aos alunos da USP, Gustavo os encoraja a mergulharem nas oportunidades acadêmicas e profissionais que eles têm à disposição dentro da USP. 

Maria Helena Marziale agradeceu a participação dos convidados que abrilhantaram o evento com os seus interessantes depoimentos e os parabenizou por fazerem a diferença no desenvolvimento da sociedade por suas relevantes contribuições. Além disso, a coordenadora do Programa Alumni USP os agradeceu pelo feedback para USP quanto a formação recebida e as demandas de suas áreas de atuação profissional.  Por fim agradeceu a presença de todos os participantes, a grupo de trabalho responsável pela organização do evento e a todos que trabalharam e auxiliaram direta ou indiretamente na realização do evento.  

O evento, promovido pela Reitoria da Universidade de São Paulo e pelo Programa Alumni USP está disponível no YouTube na página do Escritório Alumni USP. 

 

Texto por Ana Beatriz Marka Fraga Moreira e Maria Helena Palucci Marziale